sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A esquerda adoece, a direita enriquece e o centro permanece. A democracia é uma hipocrisia que engolimos no dia-a-dia; é uma ironia ... uma triste ironia.
Tenho pena do mais pobre por este não ter nem o que comer; tenho pena do rico pois este escala os degraus da vida, pisando em cabeças famintas ...
... vazias lápides em um terreno baldio, cão vadio que late sem ter um porque.
Um frio invade m'alma, um trio cantante cantando as alegrias do viver, catando moedas ao anoitecer. O meu ser se expande e tenta se esconder. O meu eu se espanta pois tudo ainda terá que aprender.
Empreender uma luta diária não nos traz nada a não ser a fadiga da batalha, a fatia mal dada, econômica e saqueada.
Sacada de um palácio vazio, arcada de dentes vazios ... rios e lagos, planícies e planaltos; é tão grande esta terra que me pergunto: Por que tantos lutam por ela? Por que os frutos não pertencem aos que realmente habitam nela?
Favelas, velas, caravelas sombrias carregando falsas donzelas; faltam panelas e também o que por dentro delas. Regras, mágicas regras feitas por senhores que pulam janelas, que espreitam em cada esquina, que desrespeitam, que se ajeitam, que inflam o peito e prometem aquilo que nunca será feito.
Meu leito, teus peitos. Nossos caminhos são estreitos, nossos inícios a muito foram esquecidos; os lobos estão mais famintos, o mundo prossegue no mesmo trilho.

Sampa 09.nov.90

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