Poder ... me entreguem o meu que eu também quero ser rei, quero ser a lei.
Em vez de extorquir, distribuir. Em vez de matar, perdoar. No lugar do altar colocarei um mar, por cima das avenidas plantarei grama e árvores frutíferas. Lhes direi aquelas palavras nunca ditas, abrirei as portas da alegria.
Quero para sempre extinguir a tirania, torna-la parte de um momento passado, um segmento não renovável. Da grana mais quero distância, pois ela só nos causa ganância.
Como sou tolo. Como posso escrever um sonho tão bobo? A vida é uma chuva infinita que sempre molha as trilhas, que sempre lava os dias.
O que quero, ou melhor, o que espero é que os homens se tornem sinceros. Realmente somente isso me basta, nada de poder, nada de ser rei; será que algum dia conseguirei ver este mundo mais de perto ... desperto olhando imagens enevoadas, lágrimas pálidas, páginas opacas. A realidade é triste, assim como ver alguém arrancando os próprios cabelos, se atirando no fundo do mundo.
Esta sociedade nos leva a maldade, a cada passar de horas aumentamos nossa mortalidade.
Sampa 02/ene/1991
Nenhum comentário:
Postar um comentário