Por vezes ao olharmos por uma janela podemos ver o mundo, porém em outras apenas um muro ... um muro no qual pode-se escrever um palavrão ou uma frase de amor, pouco importa pois geralmente neste muro esfacelamos as faces ... no dia a dia ... dia após dia cumprimos com a rotina que nos impõe a vida, rotina que de certa forma comprime e reprime fazendo-nos responsáveis por um crime que sequer existe ... um chiste que nos transportar a momentos extremos de alegria e melancolia em um mesmo instante ... loucura guardada em uma estante, o ser humano transformado em objeto decorativo ... frio ... inativo, passivo de toda espécie de arbítrio, ritos celebrados em um ambiente vazio ... vazio como as tênues palavras que escrevo ... queria tornar-me um sopro de vento, mas ai amanheço e não me reconheço pois o dia desperta com a sua sonolência, com a sua cadência ... decadência ... sapiência; sabia ciência que nos faz vislumbrar as verdades supremas ... demência ... virtude humana que nos faz olhar um muro vendo neste um mundo ... imundo, repleto de mofo e húmido.
Sampa 1995
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