sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A loucura transforma o sangue em lágrimas de nenhuma ternura, insana torna-se a procura. O mal é real, assim como o bem poucos detém, não importa que a rua continue suja, pois sua armadura é de pura bravura ... gravura estampada no âmago de um ser, uma espécie de querer.
Querer a chuva, limpar nas águas puras a profunda luta do existir; insistir a fundo nas fugas por liberdade, grito contra a sociedade ... anonima página de uma inverdade, uma cláusula no tempo infinito, uma pausa para entender nossos instintos.
Ser banido ao mundo introspectivo, inundar as praias e as raias da corrida, da vida inserida, ferida aberta aos germes e vírus, aos olhos inimigos.
Perfura o corpo a arma destrutiva, estanca o sangue o curativo asséptico, qual o valor de ser ético, de esperar os povos de andar esquelético, estético. A fome come a esperança, assim como os homens matam crianças; no apertado laço da forca assassina viu-se imagens de uma tola rebeldia, um dia as árvores serão de pedra e as naves destroçadas levarão levas e mais levas dos que restarem nesta terra, na breve era desta esfera.
A breve espera nos leva a pensar, imaginar, transportar os sonhos para além dos nossos enganos, para onde não hajam planos, onde os anos esmagam os tiranos.

Sampa 07.nov.89

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