sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Passávamos os dias em intensa e absurda alegoria ... a alegria findava a busca e mesmo assim não descobriámos a rebeldia.
Ventos sopravam, nuvens se deterioravam. As lágrimas solitárias rolavam à toa por rostos anônimos, por esgotos podres.
Um céu de lua e estrelas dava lugar a bombas e incertezas; a vida tornou-se mais frágil, a ganância ficou mais ágil.
A quem interessa a paz, se a guerra tantos lucros traz? Afinal mais armas serão vendidas, a tecnologia armamentista provou ser a mais desenvolvida, a mais mortífera.
A quem interessa novas maneiras de prolongar e melhorar a vida, se tão excitantes armas já foram construídas? É certo que quando se fabrica um armamento, para o seu uso se fará o momento.
A belicosidade humana fornece a chama para manter as ideologias econômicas. As altas cifras de money, as altas baixas entre os homens.
Em um saco plástico retornará o heroí ao seu lar, por debaixo da terra este será esquecido como tantos outros de um passado vivido.
As guerras nunca se alteram, simplesmente ficam mais modernas, menos sinceras.

Sampa 22.jan.91

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