Meu coração se agita nas perdidas trilhas de minha vida; minha querida por onde andará nossa rebeldia?
Talvez ela seja infinita e nós pouco saibamos aonde passamos os dias. Veja aquela sonolenta ilha, permanece inquieta no traçado das eras, gritando e berrando, tornando sua terra numa donzela infértil, estéril.
Vemos o azul marinho tornar-se daninho, um imenso desvio, olhos presos no vazio. Sinto a fria sorte dos que rumam ao norte ou a qualquer outra parte, não mais existe a arte.
Respire este ar imundo, sinta a fundo o pesar lento de décadas de pouco caso, de esgotos abertos ao nosso lado, vermes a voar pelo espaço.
Livro-me das vestes de escravo, encaro as maldades como forma de realidade, quero por fim nesta falta de verdades, de páginas e mais páginas de luxo e desigualdades, anulo a flor de tua virgindade, não faz mal que a lua seja nada, que a rua continue muda; pois jogarei os trapos em áreas ditas públicas, ditas públicas ... abraço minhas ilusões, pois com elas mudo até mesmo a razão, a vazão do ódio contido, escondido dentro de meus instintos.
SAMPA 13.nov.1989
obs.: tentei mas não encontrei as palavras certas para esclarecer meu padecer, meu triste viver. queria a alegria, mas ela tornou-se fria, não mais é minha.
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