segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Somos apenas o reflexo do espelho, representamos somente a fome que assola nosso meio, a criança que implora quase de joelhos ... matança aflita ... mundo dos alheios.
É por decerto mais fácil ignorar as mazelas do social, sequelas devoradoras de pernas, panelas vazias abandonadas em uma janela.
Tendo em vista que nada é verdade, tampouco realidade; façamos de conta que nada é de nossa conta; que aquilo que vemos e sentimos não passa de uma estampa ... tampa a esconder-nos o defunto ... anca de uma dama a desviar-nos do assunto.
Imundo pensamento absurdo, mudo ser que nada escuta, que nada muda ... sacuda esta tolerância crua e renasça de tua tumba ò múmia estúpida.
Personagem de um quadro, etéreo resguardo ... retrato pálido dos esforços válidos, dos pescoços flácidos; negócios ... negócios são sempre negócios, coisas distintas impressas pela tinta, memória viva de uma imagem distorcida.
Enegrecida figura à esconder-se na penumbra, embrutecida ternura à esquecer-se das outras criaturas ... caricaturas de gente ... da gente feita miserável pelas mãos da avareza, da nobreza ... tristeza.

Sampa (sem data)

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